terça-feira, 14 de maio de 2013

SALVE VIDAS: Só 25% têm seus órgãos doados na Paraíba

 Doação de órgão
A esperança de vida mesmo após a emissão do laudo de morte encefálica ainda é uma das principais barreiras que impedem a doação múltipla de órgãos, conforme informou a diretora geral da Central de Transplantes da Paraíba, Gyanna Lys Montenegro. Prova disso é que, do total de 16 doadores elegíveis, ou seja, que tiveram morte cerebral confirmada e, por isso, poderiam doar vários órgãos ao mesmo tempo, apenas quatro doaram (25%). 

A lista de espera por um transplante na Paraíba hoje é de 479 pacientes, dos quais 390 aguardam por um rim. Só neste ano, o Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena recebeu 68 córneas até o último mês de março.

Na Paraíba, são realizados transplantes de córnea, rim, coração, pâncreas/rim e fígado, que está em fase de recredenciamento. Contudo, algumas situações impossibilitam a doação de órgãos: causa da morte desconhecida, indivíduo sem identificação, septicemia, alguns tipos de neoplasia e sorologia positiva. De acordo com Gyanna, as doações são insuficientes para atender a demanda porque as pessoas têm medo de doar ou simplesmente por falta de informação. Embora não exista nenhum levantamento, a diretora geral da Central de Transplantes da Paraíba revelou que a maior parte das doações parte de famílias de classe social mais baixa.

“Na realidade observamos que o maior número de doações no cotidiano são oriundas da classe social menos favorecida. Isso pode ser devido ao número de óbitos ocorridos que chegam ao Trauma, vítimas de morte violenta, ou pelo espírito de solidariedade inerente a esta população. No entanto, sabemos que a solidariedade é peculiar ao ser humano independente da classe social”, frisou.

“As pessoas ainda têm medo do desconhecido. Para que ocorra a doação de múltiplos órgãos é preciso a conclusão do diagnóstico da Morte Encefálica, e este tema ainda causa dúvidas em muitas pessoas porque não compreendem o que é morte encefálica. Ou seja, nesta condição, o cérebro está com suas funções paralisadas de forma irreversível”, ressaltou Gyanna.

Ela comentou que também existe a dúvida sobre a deformidade do corpo. “Esclarecemos que a cirurgia para a captação se processa como qualquer outra, e o corpo é entregue à família totalmente reconstituído. Em relação à religião, observamos que todas são favoráveis à doação de órgãos, mesmo as Testemunhas de Jeová que, como sabemos, não são favoráveis à transfusão de sangue”, enfatizou. Todo o processo de captação de múltiplos órgãos é realizado por membros das equipes transplantadoras, capacitados para isso. As captações de córneas são feitas por enfermeiros.

Pessoas não manifestam em vida o desejo de doar

Outro obstáculo para a doação dos órgãos, conforme lembrou Gyanna Lys, é a falta de manifestação em vida sobre o desejo de ser doador das pessoas que morrem. “Isso dificulta a decisão da família de autorizar a doação no momento da morte. Por isso é importante que todos abordem este tema com os seus familiares, porque quem decide quanto à doação de órgãos é a família”, enfatizou.

Uma única pessoa pode ser doadora de córneas, pele, ossos, valvas cardíacas, coração, pulmões, fígado, rins, pâncreas e intestino, beneficiando um número significativo de receptores em lista de espera para transplantes. Para ser um doador de órgãos e tecidos, basta a família atender o desejo de ser doador.

Na Paraíba, dependendo de onde ocorreu o óbito, as pessoas interessadas em doar os órgãos de seus entes podem entrar em contato com a Comissão Intra-Hospitalar de Captação de Órgãos e Tecidos para Transplante, com a Organização à Procura de Órgãos (3216.5746) ou com a Central de Transplante (3244.6192 / 3225.6409 / 8845.3516).

Por que as pessoas não doam?

Não acreditam na morte encefálica - A doação de múltiplos órgãos só é feita após concluído o diagnóstico da morte encefálica, que é quando o cérebro tem suas funções paralisadas de forma irreversível.

Medo de deformação - A cirurgia para a captação de órgãos se processa como qualquer outra. O processo de retirada não causa qualquer comprometimento no corpo, que é entregue à família totalmente reconstituído.

Falta de informação - A falta de conhecimento manifestada em vida sobre o desejo de ser doador dificulta a decisão da família em autorizar a doação. É importante que todos abordem o tema com os seus familiares, pois eles vão decidir.

Saiba Mais

A captação de múltiplos órgãos é realizado por membros das equipes transplantadoras, capacitados para tal fim. As captações de córneas são feitas por enfermeiros, portanto o processo de captação ocorre já de forma sistematizada.

Uma única pessoa pode ser doadora de córneas, pele, ossos, válvulas cardíacas, coração, pulmões, fígado, rins, pâncreas e intestino, beneficiando um número significativo de receptores em lista de espera para transplantes.

Na Paraíba são realizados transplantes de córnea, rim, coração, pâncreas e fígado (em fase de recredenciamento).

Como doar

Dependendo de onde ocorreu o óbito, é necessário entrar em contato com a Comissão Intra-Hospitalar de Captação de Órgãos e Tecidos para Transplante, ou com a Organização à Procura de Órgãos (3216.5746), ou com a Central de Transplante (3244.6192 e 3225.6409).

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